Quem já tomou uma ‘vaca’, mesmo nas ondas de porte pequeno, entende como uma camisa se sente dentro de uma máquina de lavar.
Eu falo por experiência própria. Ao cair de uma onda, você é sugado até a parte superior “lip” e apenas despenca lá de cima junto com toda aquela quantidade enorme de água. Além disso, você se sente o próprio Tazmania girando sem saber para onde é a superfície.
Essa descrição inicial foi apenas para mostrar o grau de disposição necessário para surfar as ondas gigantes, mas vou parar de enrolação e falar do que interessa.
A maior onda já surfada pertencia ao brasileiro, Rodrigo Coxa. Brasil sil sil! O paulistano dropou uma onda de 24,38 metros, na cidade de Nazaré, em Portugal.
Mas em 2022, o recorde foi quebrado pelo alemão, Sebastian Steudtner, que surfou uma onda de 26,21 metros, também na mesma cidade portuguesa.
Se você não consegue imaginar o tamanho dessa criatura, em uma escala Multiurso, a altura seria equivalente a ter 16 pandas empilhados e prontos para desabar na sua cabeça.
Mas por que em Nazaré existem ondas tão grandes?
A cidade portuguesa recebe ondulações gigantescas que se formam nas tempestades do oceano Atlântico. Ao chegar na costa, essas ondulações encontram os cânions submersos de Nazaré, que são formações geomorfológicas provocadas por erosões, com 211 km de extensão.
Em Nazaré, existe um promontório que divide a praia em duas partes. A profundidade do cânion é muito maior do que na outra parte da praia, então nessa área, as ondas não perdem velocidade e mudam de direção. Quando acontece o encontro entre as águas com velocidade e profundidade diferentes, em frente ao farol de Nazaré, é produzida uma grande pressão e ondas com um pico muito maior do que o normal atraindo surfistas de diversas partes do mundo.
Fotos: Philip Graves , Gil Ribeiro e Debbie Molle no Unsplash
